quinta-feira, 28 de agosto de 2025

delírio farsi

Não é sobre mim
E nada tem sido
Eu tenho me olhado
E não me tenho lido

Falta de espelho
Que a mãe suplante
O olhar é interno
É o viés constante

Na noite gelada
O silêncio lume
Respiro de letras
Grãos soltos no estrume

Verbo que aqui fica
Só em desabafo
Somente no humos 
Semente no bafo

Ante a lida chame
Ao meu julgamento
Chama que se inflame
Voe e acalme o dentro

Aves acordando
Vêm descortinar
No teatro um homem
Negro de abadá

Quem eu sou na fila
De comprar o pão?
Um silêncio zune
Abelha, zangão...

O ferrão da mente
Tapioca aberta
Coco que ressente
Quengo que aperta

Chá preto na xícara
E a cultura persa
Do Xá no seixo
Da Deusa Anahita







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