quinta-feira, 1 de julho de 2010

osso descarnado

lavei todas
as roupas vermelhas no horizonte
pingando nuvem vermelha
um índio descendo da américa do norte
meu parente.

lavei com as mãos vermelhas e estendi
e pingaram na varanda, à parte do céu
eram tenras, as nuvens de invento na várzea velha
e entendi.

lavei com as minhas próprias mãos
pequenas, peças pequenas
de puro sangue
e o varal era a rédea,
e as vestes, um cavalo mudo
e mestiço
que menstruava.
...
eu lavei a roupa
e pretendi
e o peito sujo e dolorido
tossia a corda e paria um potro calado.
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que absurdo!
potro albino, com sangue de carneiro, parecia um peixe. pensei que era loucura da minha cabeça, mas mesmo assim continuei a vida; com pouco chegou uma amiga e fomos beber leite na índia da respiração.