quarta-feira, 24 de outubro de 2012
oh dios
ÓDIOS
Ódios dos tantos
cigarros
Das canecas que passam a
ser cinzeiros
Da noite pro diabólico
Dos olhos acesos na
fumaça
Da cinza no canto dos
olhos
Da morte na casa.
O quarto me resta
O túmulo do quarto
Ísis Osíris na parte
Na lua do aparto
Buscando o sono dos
justos.
Guiné da Selva, 25/10/12,
Caxangá – Margens.
CASA
(à Camila Martins)
Demonizo teu álcool
Minha busca precisa de
força
Estamos distantes
Construo à distância
Existe em ti uma calma
Teus olhos são de desapego
Na busca ébria tens lá
uma sobriedade que me desconstrói
Enxergo a verdade
Não é a minha busca
Minha busca carece das
gentes,
da alegria, do auto de natal, do auxílio
E aqui me perco no
desamor,
reconhecendo sem
reconhecer
Me negando a olhar, afim
do desapego
Você não precisa do meu
amor
nem da minha aceitação
Não precisa do meu
reconhecimento.
Eu preciso do meu amor,
do reconhecimento
automóvel.
Olhar sem estar perdida
no descaminho do espelho
Meu caminho velho está
acima dos meus pés
Velho e cego, acima do
descompasso
Amigado ao espaço.
Guiné da Selva, 24/10/12, Caxangá - Márgens.
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