sábado, 12 de agosto de 2017

Sidmar

Coisas de casa
que se usa e abusa
Comidas, cômodas,
temperas, temperos.
Adolescências e casais.
Família tamanha, tamanho família.
Manhãs e ciganos
Cafés, pias cheias, luas meias.
Tormenta de cães
Verdade imantada.
Vinhos, flores, luzes
Ação,  consagração
Vida em alta definição.
Coisas que quebram e consertam
Caminhos que se cruzam
Na contra mão.
Desapego se aprendendo
Palhaça, palavra
Parole parangole
Filmes que não vi
Baixando aqui
Internet s
Sentido... que?
Silêncio
Orgânica
Organela
Organismo
Organização
Higienização
Desapego...
Quem somos? Que?!
Amoras. As infinitas amoras da estação.  Da temporada.  As roxas do verde, as roseadas azedinhas.
"Nomade" - com esses olhos so podes mesmo ser esse cigano, Sidmar.

24.02.2011
Várzea
Recife

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Lua gestante

Expurgar o que guardam peito e músculos.
Coração do mundo chove
Medo pede paz
Legítima raiva pede paz
Amor pede paz.
As chuvas da grande mãe consolam, acarinham, refazem
Nublado o olho do céu, adensa a atmosfera.
Pairam e revoam chorosas aves.
Resvalam.
A noite azul, marinho, cobalto.
Cristal de lua forte, oscilando,
Sumindo...
A lua olho
Espelho soma
Lua gesto
Algo restante
Alga, alma
Gestante.

Quarta feira,  13.04.2011 - Casa Forte, Recife

Noite agaloada

"Eu sou o céu para as suas tempestades.  Rainha dos raios... tempo bom, tempo ruim" (Gil)

Noite vermelha
Rua alagada
Água marrom
Chocolate rio
Navegancia tremenda
Ganância de movimento.
Te aquietas pessoa
Lagoa que se põe
Na tua ilha há um q familiar
Tuas fotos nas paredes
Redes
(Navegancia tremendo)
O tesouro acordado...
O corpo barco
Bardo que pulsa e dorme.
Na tua ilha tudo nada e volta
Ao redor e aqui
Navegancia tremendo
Calor no sentido
Na turva ilha ilha libido
Barca na rua sonhada
Caminho de água
Rio vermelho telha
Marrom terra
Água chocolate
Entranhoso cocô
Noite alagada.

2 de maio de 2011, Várzea

( li essa poesia hoje e sincronicamete fazem 6 anos dela)