sexta-feira, 10 de março de 2023

E de repente, mais que de repente
Uma gama de bundas na tela
E ora é por liberdade
Ora a liberdade encerra
Perfis guiados pelo gosto macho
Uma pós pornografia
O cotidiano expandido é tão pequeno
Cabe na palma da mão
Numa subvida, tela
Corpos isso
Corpos aquilo
Que corpo cabe ou não
A mulher assim assada
A assada, e sim, assim
O que cabe de repente
E de repente todes assim
Sensualizandi 
Vendendi 
Na lingua do jobs 
Me curte, me segue,
Não me julga
Me come, me bebe, me expurga
Tudo isso pela tela...
Vulva livre
Ventre livre
Guenga Power
Bundas muitas que se movem
Que se espalhem...
Umas tem cara, outras não
Umas tem cílios postiços
Outras na make padrão
Uma a vibe natural
"Sem filtro" é a descrição 
Umas muitus seguidores
Outras nem tanto, perdão
Umas de Yoga, de Yone,
Outras vão dançando bem
Umas cantigas bem toscas
Outras com música zen
Boom expressivo de bumdas
Fotos de bustos, de pélvis 
De barriguinhas "saradas"
Dançando hula com o Elvis
Quase todas no padrão 
Ratas de academia
Ou esportistas então 
Fotos de pratos tão fitnes
Nada pode a contramão 
Ou mostrar o que desejam 
Ou afrontar o refrão
Polifonia, será?
Tudo explícito, será?
Tanto não dito a falar
Tanta verve pelo chão
Entre a tese e antítese...
Terá síntese, ou não?...
Tanta gente triste à p0rr4
Mas vamos conectar
Fazer a foto mais top
Fazer a cara mais sexy
Fazer a dança da vez
Bora simbora expressar
Fazer o verso não dito
Dizer o que já tá dito
Se repetir outra vez
Chegou a hora e a vez
E a gente fora da caixa
Dizendo pro telefone
Tentando a rima que encaixa
Na força que nos socorre 
E já não é telefone
Inovação que incorre
Outra tecnologia
N"algo que é quase o mesmo
Mas sempre um algo "Algo mais"
Pra sobrepor o modelo
Que tanto tanto quis tê-lo
Mas que logo obsoleto 
Ultrapassou, jaz e trás 
Quem dá mais, é quem dá mais
E logo vem outrx top
E suplanta tudo tudo
Pra breve ser suplantado
Artifícios descartáveis 
Tão necessários agora
Quem não tem 
Nem gente é