terça-feira, 16 de abril de 2019

Voz

No dia da voz
ensaiamos
muitas conversas
Experimentamos
olhares, gestos, gemidos
Balbúcias, risos,
tons sortidos,
Silabas, besouros,
cantos destemidos...
Na noite da voz,
Há voz
E na calada da noite
ela descansa
Entre os santos, sonhos,
meio mansa
O mar ondulante avança,
ululante remansa
no verso da criança...

barco, cria , dança

Mareja outr bom tempo

domingo, 14 de abril de 2019

Minha vida na feira livre

Há cada verso falso
Palavra chula
Devo silenciar

Não um silêncio falso
Não um silêncio chulo
Mas um silêncio inteiro
Mergulho
pela metade
Neste incômodo
refrão que algo liberta
quando observo
letra aberta

O conteúdo desendereça
A intenção desinteressa
O sentido devo observar
E respirar calada
a letra perdida
Me encontrar nela,
compreendê-la
Liberá-la,
não sê-la

Aquela
que incomoda

Na resignação verdadeira
Conversar com portas
Com miolos de pote
Com arvoredos
Com canecas de chá
Com crianças que ainda não falam

A linguagem normal nos limita
Com suas formas omissas
Com suas normas, premissas
Não houvesse palavra chula
Verso ralo, macho o ó
A vida era melhor

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Balão Branco

Relógio parado
Maçã distraída
Despedaça aos dentes
Do pecado sem perigo
Tripula o tempo, transita
Potência decola sementes
Terra pouso abrigo
O que medra morre
Ao medrar escorre
Ao correr decorre
O trigo que intriga
E cala a boca rama
Que vaia Roma
Contrario engole amor
E o silêncio devora as transgenias
Ávida nua se desola
Faz a maça de bola
E degola
O branco balão do pensamento