segunda-feira, 10 de setembro de 2012

vulcano

Filho de mãe solo
Vulcano veio da vulva
Embebido de arsênio 
Ficou Hefaístos das faíscas
E ficou manco
Feito aquele chapeleiro
Maluco de mecúrio
De Lewis Carrol
Ferreiro de pés virados
Feito o curupira
Forjando o passo da forja
Da arte do ferro
Do fogo cigano
Vulcano, Deus humanizado
manco e curvado
Labor indevido
Madrasta eugenia
Que cria e sacode a cria
Do Olimpo fascista 
Um dia a conta chega
Deus-gente se vinga
Vergonha? Culpa...
Revolta choro
íntimo tesouro 
em terra distante...
Na construção do retiro
Dioniso, um Deus vivente
Raio de luz no reduto
Bacante, divino fruto
Deus complexo
Que compreende diverso
vinho e verso 
Divino 
Na festa que Deus confia
Alegria alegoria
Sorte sátira surtia
- cocho, corcunda, marcado...
Por dentro, metal pesado
Um Deus vulcão
Cão de lava
Raio da rocha fundida
forja, ferro, erupção
Vulcano, o Deus Vulcão
Vulgo, Cão
Deus forjador...
Dois Deuses nus
Cão e bode
berro absoluto explode
Pelo catártico néctar
Arteiros tortos
Deus vivo é bicho solto
abortos renascidos
absurdos assumidos
Na transluzencia da Uva
Divinos filhos da Vulva




Maio, 2011

Nenhum comentário: