Quase nos tiram nós
de nós mesmas.
Quase...
Investigo-nas,
nós mesmas.
Minhas velhas,
nas minhas veias
Quando nos fizeram rivais?
Quando nos fizemos rivais?
Umas das outras...
Panteras contra lobas,
onças versos raposas,
vacas versos touras...
Em que lua deixamos de lunar? Reconhecer nossas avós, bisavós, tataravos?...
Em que data longínqua essa voz primeiro nos faltou, e ecoa esse nó na gola,
de espartilho no ventre?...
Quando nos perdemos no caminho?
Será que nos perdemos?
Em quais gestos nosso pulsar permanece, essa potência, nossa alquimia?
Eramos Amor e dançaram-nos
entre brasas.
Nos fizeram duvidar de nosso fogo,
nosso brilho, nossa luz.
Quiseram destruir nossas conexões
Nos ataram, nos atearam fogo
e nos dissolveram
Como fumaça, pranto da terra
Subimos às nuvens e desabamos.
Fomos nuvens e caimos,
retornamos
Lavadas e lavando
Lavandas, capins santas
lanceadas, cheirosas, embebidos...
Embebemos a terra de nossa força, das nossas águas...
Cimo partes, gotas dela, nos sabiamos
Somamos, somos, milhares, mulheres da materia mineral, gemas apedrejadas da terra, soma da mãe
No magma fervente nos encontramos
Vaporosas, depois vivazes e viçosas ... Criamos sobre as águas novas terras. Apesar da nossa dor, criamos
No encontro, nossas metamorfoses nos mostravam vária, aspectos da mesma.
E infinitamente vamos renascendo, remanescendo...
E dando as mãos
E Cada vez que cada mão de encontro acolhe a outra, leva,
e leve a roda firme flutua
Gira redemoinho de água
e mulher moída move
E renova
Encontro santo, somos ela,
fêmea velha
Carnes, pelos, ossos,
A morta que sempre revive...
Seios, sêlos, elos, sangues.
Energia vermelha
que lava e adentra terra,
Rama, rio, veia.
Velha viva que nos remoça,
Sábia velha que nos encanta
E a cantamos assobios
Que nos faz sábias e sabiás
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