Corpo
Sem sopro
Arremedo
Carne
Sem pulso
Será sossego?
Do descanso da morte
Se tem medo
Quem sabe
Se vai tarde
Ou cedo
Na vida e na morte
Há quem meta o dedo
E quem desvende seu segredo?
Entra no trem
E deixa um agrado
No mundo da vida
A ida é personagem
Veste a viagem
Essa túnica final
Pro mundo da morte
A gente se despe
De toda auto-imagem
E solta as mãos
Da pele animal
A despedida é Una com a vida
E despe a lida
De qualquer verdade
De qualquer mentira
Do corpo
Casca
Descasca
Que não é pedra
Que não é pau
Mas como se fosse fica
Corpo coisa sólida
O que era
Água viva
Corpo sem sopro
Vira escremento
boneco sem vento
que vence
E fede
Sobe o sopro
Fica o corpo
Tronco oco
A ida leva o sopro
Gás que escapa
E aqui fica a capa
Das venturas, dos desventos
Das ilusôes, dos inventos
Desvenda
Escapa
Corpo fica vendido
Só o tempo compra
Essa última valsa
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